Projetos de Pesquisa dos Docentes

Os projetos de pesquisa individuais dos professores inserem-se em grupos e/ou núcleos de pesquisa. A seguir apresenta-se, de forma sucinta, uma descrição de seus projetos de pesquisa.  Descrição detalhada dos projetos encontra-se no currículo lattes dos professores.

 


Adair Bonini [Lattes] [adbonini@yahoo.com.br]

Desenvolve dois projetos de pesquisa na área de Linguística Aplicada:

a) “O jornal escolar como mídia comunitária e o ensino de Língua Portuguesa” – que focaliza o ensino de Língua Portuguesa no interior de experiências de produção de jornais escolares. Trata-se de uma pesquisa participante, considerando-se que tanto a atuação social quanto a geração de conhecimento são realizadas conjuntamente pelos membros da comunidade focalizada e pelos pesquisadores envolvidos. As reflexões teóricas da pesquisa, de natureza epistemológica marxista, têm por base a análise crítica de gêneros do discurso, que é uma das disciplinas do campo das ciências sociais críticas. O conceito de gênero do discurso é considerado principalmente a partir da releitura da obra de autores como Norman Fairclough, Mikhail Bakhtin, Paulo Freire e Antonio Gramsci;

b) “Análise crítica de gêneros em mídias hegemônicas e contra-hegemônicas” – que busca, através da análise de gêneros do discurso, focalizar a construção de práticas dominantes ou contestatórias (GRAMSCI, 2014 [193?], SANTOS, 2008 [1987], 2009; SAID, 2007 [1978]) ligadas a mídias diversas (jornal, tevê, internet, rádio comunitária, jornal escolar, jornal comunitário, etc.). Adota-se, para tanto, como balizamento teórico, a vertente da Análise Crítica de Gênero (ACG) proposta em Bonini (2013), uma análise de perspectiva emancipadora que dialoga proximamente com a obra de Paulo Freire.


Adja Balbino de Amorim Barbieri Durão [Lattes] [adja@pq.cnpq.br]

Em nossa pesquisa, intitulada Para uma análise da interlíngua de estudantes de línguas não maternas, partimos da concepção de que, se por um lado, as interlínguas de estudantes de línguas não maternas são idiossincrásicas, por outro, sua análise permite identificar processos recorrentes de aprendizagem, daí a considerarmos que se alguns aspectos desse continuum interlinguístico forem identificados e devidamente analisados, se poderá levar a questão do ensino e de aprendizagem de línguas estrangeiras a patamares mais elevados. Em conseqüência de nossa visão, esclarecemos que as pesquisas que nos interessam orientar são as tem por propósito refletir sobre construtos lingüísticos (escritos / orais) elaborados por estudantes brasileiros de línguas estrangeiras – principalmente de espanhol – pelo viés da Análise da Interlíngua, em quaisquer de suas etapas, posto que sua descrição e análise permite entender como estudantes de línguas não maternas passam de um estágio inicial de produção lingüística a estágios mais desenvolvidos de produção na língua objeto de estudo, considerando a sistematicidade, a variabilidade, assim como a não-linearidade das interlínguas.


Aline Pizzio [Lattes] [alinelemospizzio@gmail.com]

Atualmente coordeno o Grupo de Estudos Linguísticos da Libras (GELL) e participo do Corpus de Libras, ambos cadastrados no diretório do CNPq. Minha pesquisa atual está relacionada ao mapeamento de teses e dissertações na área de linguística das línguas de sinais em programas de pós-graduação no país. Paralelamente, atuo no desenvolvimento do Banco de Sinais da Libras, como parte do projeto de Documentação da Libras. Além disso, estou iniciando o desenvolvimento de um projeto voltado para a de aquisição de língua de sinais como segunda língua. Tenho experiência na área de Linguística, com ênfase em linguística das línguas de sinais, atuando principalmente nos seguintes temas: aquisição de línguas de sinais, tanto L1 como L2, estudos linguísticos da Libras, principalmente aqueles voltados para a morfologia e sintaxe, bilinguismo e educação de surdos.


Ana Cláudia de Souza [Lattes] [anacs3@gmail.com]

Desde 2019, desenvolvo o projeto de pesquisa “Métodos de investigação em leitura no Brasil”. Investigo fundamentalmente aspectos relativos ao processamento, à compreensão e à pesquisa em leitura, além de me dedicar ao estudo da formação do leitor e do formador de leitores, o professor. Sou pesquisadora do Núcleo de Estudos em Leitura (NEL) – UFSC.


Ana Lívia Agostinho [Lattes] [a.agostinho@ufsc.br]

Tenho interesse no papel do contato linguístico na mudança de gramática em línguas crioulas e em linguística de contato em geral.

Meu projeto de pesquisa atual se concentra na descrição e análise de aspectos da gramática das línguas crioulas e do português faladas no Golfo da Guiné, principalmente em fonologia. Atualmente, estou trabalhando no sistema suprassegmental do lung’Ie, falado na ilha do Príncipe, São Tomé e Príncipe, em relação às categorias de tom e acento lexicais.

Também tenho interesse em planejamento e política de idiomlinguística relativos às línguas crioulas de São Tomé e Príncipe, e tenho trabalhado em oficinas para os professores de Lung’Ie e em publicações voltadas para a comunidade, tais como um método pedagógico (Agostinho & Araujo, no prelo), um dicionário Lung’Ie-Português / Português-Lung’Ie (Agostinho & Araujo, em preparação).


Ana Paula Santana [Lattes] [anaposantana@hotmail.com]

Desenvolve pesquisas na área de neurolinguística enunciativo-discursiva nas seguintes linhas: 1) Linguagem – discurso, cultura escrita e tecnologia: as pesquisas nessa linha estão relacionadas à análise do funcionamento normal e patológico da linguagem e às práticas fonoaudiológicas relacionadas às alterações de oralidade e de escrita; 2) Linguagem e Cognição – as pesquisas nessa linha incidem sobre os processos lingüístico-cognitivos normais e alterados bem como sobre a avaliação e as terapias fonoaudiológicas relacionadas, principalmente, às afasias e às demências. Em ambas as linhas de pesquisa consideram-se como pressupostos teóricos as perspectivas sócio-histórica e sócio-cognitiva, que têm como pontos principais a linguagem como instância interativo-discursiva, os movimentos enunciativos, as práticas sociais de leitura e de escrita, os gêneros discursivos e a relação do sujeito com a linguagem.


Atilio Butturi Junior [Lattes] [atilio.butturi@ufsc.br]

Desenvolve dois projetos na área de concentração em Linguística Aplicada, linha de pesquisa Estudos do campo discursivo:

Discursos, ontologia crítica e resistências: parte da perspectiva de um pensamento aletúrgico vinculado a uma ontologia crítica, solicitada por Foucault e lida por autores distintos, e tem como objetivo geral descrever e analisar discursos de resistências no interior das regulações, normatizações ou institucionalizações presentes na diversidade de diagramas e dispositivos da contemporaneidade, notadamente marcados pela biopolítica e pelo biopoder. Nesse esforço, indaga sobre as formas pelas quais os sujeitos se produzem e produzem resistências e tensionamentos, ainda que microfísicas, no interior dos códigos do poder-saber e de tecnologias de governo que cindem modalidades de vida e materializam sua ambiguidade nos discursos. As pesquisas desenvolvidas no âmbito do projeto versam sobre discursos, dispositivos e exceção; gênero e racialização; corpo, subjetividade e medicalização; as tecnologias do corpo, as formas de subjetividade e a condição contemporânea; o dispositivo neoliberal e a produção diferencial de modalidades de vida e de distrinuição do luto; o dispositivo da aids no Brasil.

Discurso, biopolítica e exceção: o dispositivo crônico da aids no Brasil (financiado com bolsa PQ2/CNPq):  Tendo em vista a complexidade e a amplitude dos debates acerca do conceito de biopolítica nos estudos foucaultianos e as diversas leituras que o conceito têm recebido de acordo com autores distintos, o Projeto de Pesquisa tem por objetivo analisar os discursos, a produção de formas de subjetividade e de resistências, bem como a a produção de uma memória discursiva que tem lugar na rede de enunciados e práticas do dispositivo crônico da aids no Brasil, tendo como recorte temporal o período que se inicia no início da década de oitenta do século XX e vai até os dias atuais. Metodologicamente, parte-se dos estudos foucaultianos sobre a governamentalidade e a biopolítica, além da rede conceitual da arqueogenealogia. Tal aporte teórico-metodológico é complementado, ainda, por outras leituras contemporâneas sobre a biopolítica e o biopoder e por estudos do campo da antropologia da saúde, do gênero e da teoria queer.  A hipótese a ser discutida é a da permanência do discurso da abjeção e da precariedade para os corpos e os sujeitos que vivem com hiv, não obstante o acontecimento da cronicidade, da indectabilidade e das práticas e discursos da Terapia Antiretroviral (TARV). Para o estudo, estão previstas etapas de pesquisa e de organização do corpus – um amplo arquivo a ser selecionado entre discursos jornalísticos, discursos médicos e discursos literários publicados, no Brasil, entre 1981 e 2019 – bem como outras de publicização de resultados e de cooperação internacional. Em todos os casos, espera-se travar um diálogo interdisciplinar que tenha como ponto de partida os estudos biopolíticos sobre o dispositivo crônico da aids e que possa descrever um painel em que têm espaço a produção de linhas de fuga diante das complexas redes de governo da vida em que nos constituímos e nos quais a linguagem ocupa um papel axial.


Cristiane Lazzarotto-Volcão [Lattes] [cristiane.volcao@cce.ufsc.br]

Desenvolve dois projetos:

Ensino e aprendizagem da ortografia, vinculado à linha de pesquisa Aquisição e Processamento da Linguagem. Este projeto de pesquisa pretende contribuir com a área que se dedica ao estudo da produção de textos escritos, relativamente à apropriação e o uso do sistema ortográfico pelos escolares, a partir da discussão em torno da forma como esse objeto de estudo tem sido tratado pelos professores, tanto de Língua Portuguesa, quanto de séries iniciais, em sua prática. Além disso, busca contribuir com os estudos da área da aquisição da escrita, à medida que prevê uma descrição e explicação do processo de aquisição da ortografia. Este estudo justifica-se pela necessidade de aproximação entre a escola e a universidade e pela possibilidade de investigação e discussão acerca do tema – ensino e aprendizagem da ortografia – uma vez que a consideramos como um dos aspectos formais e normativos essenciais para a produção de textos a ser ensinado pela escola. Outra questão crucial a ser destacada é o fato de os erros ortográficos serem grande fonte de discriminação social e censura, inclusive pela própria escola.

Modelo Padrão de Aquisição de Contrastes, vinculado à linha de pesquisa A fala do ponto de vista perceptual-acústico-articulatório e os modelos fonológicos. Este projeto pretende dar continuidade aos estudos desenvolvidos em Lazzarotto-Volcão (2009), no que se refere à construção de um modelo de análise de sistemas fonológicos com desvios. Inicialmente, em 2009, o modelo foi testado a partir da análise de cinco casos de Desvio Fonológico (DF), tendo sido comprovada a sua pertinência. Contudo, é necessário que mais casos sejam analisados, para que se possa validar a proposta. Assim, é objetivo deste trabalho analisar o sistema fonológico de 20 sujeitos crianças, a fim de se verificar a pertinência do modelo e efetuar adequações, se necessário, considerando sua aplicabilidade em pesquisas futuras e na prática clínica do fonoaudiólogo.


Cristine Görski Severo [Lattes] [crisgorski@gmail.com]

Atualmente desenvolve dois projetos de pesquisa interligados, um com enfoque em políticas linguísticas e outro em variação e/ou mudança linguística. O projeto “Políticas linguísticas: por uma abordagem crítica” trata da relação entre línguas, sujeitos e poder em contextos pós-coloniais, periféricos ou marginais, buscando os significados sociais locais dos usos linguísticos e das práticas discursivas para fins de reflexão e (des)construção de políticas linguísticas e do próprio conceito de língua. O projeto “Sociolinguística e estudos discursivos” visa propor um olhar discursivo para teórico-metodologicamente compreender processos de variação e/ou mudança linguística. Para tanto, enfoca questões como: motivações discursivas de processos de variação e/ou mudança; língua e identidade; estilo, discurso e língua; o problema da avaliação; e  hibridizações linguístico-discursivas.


Daniel do Nascimento e Silva [Lattes] [dnsfortal@gmail.com]

Minha pesquisa atual articula linguagem, violência e esperança em favelas do Rio de Janeiro e em outros territórios periféricos do Brasil e do mundo. Meu trabalho também problematiza a midiatização da violência no Brasil ao olhar para modelos comunicáveis alternativos em locais de resistência. Em 2012, publiquei um livro como resultado de minha tese de doutorado sobre a circulação da violência na linguagem contra os nordestinos em jornais e revistas do sudeste do Brasil Pragmática da Violência: o Nordeste na Mídia Brasileira (Pragmatics of Violence: the Nordeste in Brazilian Media, 7 Letras/Faperj e, em 2017, organizei uma obra com pesquisadores do Brasil e outros países sobre a relação entre violência e linguagem  Language and Violence: Pragmatic Perspectives (John Benjamins). Paralelamente, pesquiso letramentos, contato linguístico e ideologias linguísticas. Além disso, sou editor associado das revistas Pragmatics (revista da International Pragmatics Association e John Benjamins) e Trabalhos em Linguística Aplicada (DLA/Unicamp e Scielo).


Edair Maria Gorski [Lattes] [edair.gorski@ufsc.br 

Desenvolve dois projetos (cf. Lattes):

Variação linguística: aspectos estilísticos e identitários 

A partir de discussões de natureza teórico-metodológica acerca da relação entre variação, estilo e identidade, (i) elaborar, testar e avaliar instrumentos de análise aplicáveis a amostras de fala e de escrita; (ii) analisar fenômenos de variação socioestilística no PB.

Sociofuncionalismo: impacto de fatores sociais em domínios funcionais 

Considerando que (i) além da estratificação social do falante, também a contínua emergência de novas identidades/personas tem reflexos na variação linguística (cf. estudos de Eckert, Bucholtz e Kiesling, entre outros); e (ii) embora o funcionalismo ensaie algum aceno em direção a um social que vai além da interação entre falante e ouvinte, limita-se fortemente à dimensão pragmática da situação comunicativa associada à dimensão cognitiva (cf. estudos de Givón, Hopper e Traugott, entre outros), este projeto tem como objetivo avançar nas reflexões acerca da articulação entre Funcionalismo e Sociolinguística, explorando diferentes dimensões do significado social, de modo a alinhá-lo com o significado semântico-pragmático-discursivo (i.é., a função) veiculado pelas formas linguísticas em variação e mudança. Com esse novo ângulo de abordagem, esperamos contribuir não só para a expansão e o fortalecimento dessa interface, mas também para uma ampliação do leque de fenômenos que podem receber um tratamento sociofuncionalista por diferentes caminhos de integração.


Fabiana Giovani [Lattes] [fabiunipampa@gmail.com]

Desenvolve o projeto de pesquisa Caleidoscópio bakhtiniano: das infinitudes dos sentidos da linguagem escrita que tem por proposta refletir sobre as infinitudes dos sentidos da linguagem escrita a partir da arquitetônica de Bakhtin e seu Círculo de estudos, compreendida como um caleidoscópio. Respalda teórico e metodologicamente na arquitetônica bakhtiniana e estabelece por objeto de estudo o texto escrito que pode ser produzido em qualquer contexto social, seja escolar ou não. A pesquisa vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Linguística (PPGL) e ao Centro de Educação da UFSC conta com a participação de pesquisadores voluntários e/ou bolsistas.


Fábio Luiz Lopes da Silva [Lattes] [flopes@cce.ufsc.br]

Saussure e Chomsky como filósofos da ciência: Saussure e Chomsky são talvez os dois maiores nomes da chamada lingüística moderna. Ora, a importância das teorias que desenvolveram é, por certo, diretamente proporcional ao rigor com que se dedicaram a uma autêntica filosofia da lingüística. Mas a verdade é que a grandeza desses autores decorre de ambições ainda mais vastas, materializadas em considerações inovadoras no campo da filosofia da ciência. Pois bem: é função deste projeto de pesquisa identificar e analisar certos aspectos da filosofia da ciência tal como ela foi desenvolvida por Saussure e Chomsky. Quanto a Saussure, trata-se de valorizar sobretudo as razões e conseqüências de seu gesto de desclassificar o tema da origem. Quanto a Chomsky, trata-se de sublinhar o papel que, segundo ele, Newton vai desempenhar no colapso – ainda não inteiramente compreendido – do materialismo dos séculos XVI e XVII.


Felício Wessling Margotti [Lattes] [wfelicio@cce.ufsc.br] [Página de pesquisa 1] [2]

Integra o Comitê Científico do Projeto Atlas Linguístico do Brasil, representando os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Trata-se de um projeto interinstitucional, cujo objetivo é descrever a variação do PB no espaço geográfico de todo o território brasileiro, incluindo as dimensões sociais e diafásicas em cada ponto (localidade) incluídas na pesquisa. Na UFSC, coordena o projeto “Atlas Linguístico do Brasil (ALiB): contribuições” e o projeto “Atlas Linguístico do Brasil (ALiB): REGIONAL SUL”.  Esses subprojetos do ALiB têm como objetivos mais imediatos e específicos a realização de entrevistas, com gravação de dados de fala, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Tais entrevistas serão transcritas foneticamente e grafematicamente. Além disso, serão feitas a exegese, a descrição e a análise parcial dos dados coletados nessas entrevistas e de dados coletados por outros pesquisadores do ALiB em outras localidades do Brasil. A médio prazo, tem-se o objetivo de contribuir com a elaboração do Atlas Linguístico do Brasil. Também Coordena, na UFSC, o Projeto Atlas  Linguístico-Etnográfico da Região Sul do Brasil (ALERS), cujos volume 1 (Cartas Fonéticas e Cartas Morfossintáticas) e volume 2 (Cartas Semântico-Lexicais) foram publicados em 2011.


Gilvan Muller de Oliveira [Lattes] [gimioliz@gmail.com]

Desenvolve duas pesquisas no âmbito da Linha de Pesquisa Políticas Linguísticas. O primeiro, “Políticas Linguísticas Externas do Brasil”, é seu projeto de pós-doutorado na Universidade Nacional Autônoma Iztapalapa, no México, e analisa as estratégias de promoção da língua portuguesa no mundo em relação às estratégias de outras línguas do “Mercado Linguístico”. A segunda , “Observatório Linguístico da Educação Escolar Indígena”, é um projeto interinstitucional liderado pela UFMG, financiado pela CAPES, e que disponibilizará insumos de gestão para a língua guarani-mbya no âmbito dos Territórios Etnoeducacionais correspondentes. A pesquisa sistematiza dados de várias origens sobre os usos escolares do guarani-mbya, avaliando os resultados do ensino “diferenciado, bilíngue e intercultural” atualmente praticado em seis estados brasileiros (RS,SC,PR,SP,RJ e ES).


Heronides Maurílio de Melo Moura [Lattes] [heronides@uol.com.br]

Interface entre cognição e pragmática – Examinar fenômenos linguísticos sob a perspectiva da linguística cognitiva, levando em conta a interface da estrutura conceptual com fatores pragmáticos. São desenvolvidos estudos sobre causalidade, representação linguística do espaço, polissemia, metáfora e sinonímia.

Cognição em uso – Neste projeto, desenvolvemos pesquisas que  façam a interação entre os métodos da linguística cognitiva, com uma abordagem da linguagem em uso.  O foco é o funcionamento de estruturas gramaticais, em seus aspectos semânticos, cognitivos e funcionais.

A relação forma-sentido: aspectos cognitivos e pragmáticos – Este projeto tem o objetivo de examinar a relação entre forma e sentido nas línguas humanas. Parte-se da hipótese de que a relação entre sintaxe e semântica não é uniforme, ou seja, um mesmo sentido pode ser representado por mais de uma estrutura, e uma mesma estrutura pode ter mais de um sentido. Os objetivos específicos do projeto são: – Fazer um mapeamento histórico das teorias sobre a relação forma-sentido. – Mostrar que fatores pragmáticos e cognitivos afetam a interface semântica-sintaxe. – Descrever as inferências que se pode fazer de determinadas construções gramaticais, e mostrar qual o papel dos fatores cognitivos e pragmáticos nessas inferências. – Descrever e analisar construções específicas.


Izabel Christine Seara [Lattes] [izabels@linse.ufsc.br]

Atualmente desenvolve dois projetos  de pesquisa:1)   A prosódia e a entoação: estudo comparativo entre diferentes línguas: Este projeto vincula-se a uma pesquisa de âmbito internacional, intitulada Atlas Multimídia Prosódico do Espaço Românico (AMPER), com foco de investigação sobre o português brasileiro e europeu, o francês, o espanhol e o italiano. As pesquisas aqui desenvolvidas pretendem aprofundar o estudo da entoação/prosódia do falar florianopolitano, de variadas regiões catarinenses e mesmo de diferentes línguas estrangeiras. 2)   O detalhe fonético: análise acústica exploratória de segmentos de fala: Este projeto pretende avaliar o detalhe fonético de segmentos de fala que se estabelecem como variantes de fonemas do português brasileiro, notadamente do falar florianopolitano. Essa avaliação será pautada principalmente em análises acústicas. Em uma segunda etapa, os estudos focalizarão segmentos de fala natural (semi-espontânea), observados na base de dados do Projeto VARSUL.


Izete Lehmkuhl Coelho [Lattes] [izete@cce.ufsc.br]

Os projetos Estudo diacrônico do estatuto da ordem verbo-sujeito em duas variedades do português: PE e PB e Para a História do Português Brasileiro de Santa Catarina – PHPB-SC, emque atua, abordam questões de variação na sintaxe e prevêem (i) levantamento, catalogação e edição de fontes escritas de SC, oriundas dos séculos XIX e XX; (ii) comparação de dados de escrita diacrônica de SC com fontes lisboetas; e (iii) descrição e análise de dados diacrônicos com foco em questões epistemológicas sobre as propriedades sintáticas das variedades do português ao longo dos séculos. Esses dois projetos articulam-se com a linha de pesquisa Variação e Mudança Linguística.


Leandra Cristina de Oliveira [Lattes] [leandraletras@hotmail.com]

Nos últimos anos, as pesquisas orientadas também a uma perspectiva aplicada da Sociolinguística (no Ensino e na Tradução) encontram-se sob o escopo de um projeto mais amplo intitulado Pesquisas em corpus do espanhol escrito com marcas de oralidade (CEEMO/UFSC). O grupo de pesquisadores vêm compilando amostras com interesses por estudos comparados em Linguística e Tradução sob as perspectivas interlinguística, considerando o par português e espanhol (essencialmente), e intralinguística, tomando como base traduções de uma mesma obra a diferentes variedades do espanhol (ibérica, americana e neutral).  Como desdobramentos da pesquisa em nível de pós-doutoramento, realizada no Centro de Estudios Lingüísticos y Literarios (CELL) da instituição de pesquisa El Colegio de México (COLMEX), o grupo CEEMO tem se dedicado à análise linguística em corpora epistolares do cenário mexicano, bem como em obras  traduzidas, como cartas intercambiadas pela escritora Clarice Lispector com suas irmãs, amigos e políticos, compiladas em Sabino e Lispector (2001); Montero (2002) e Aguilar (2017). Entre nossos objetos de interesse, para além do estudo dos corpora mencionados, encontram-se: as formas e fórmulas de tratamento no espanhol e no português; as estratégias de cortesia verbal; elementos da oralidade em textos escritos; entre outros a esses relacionados.

Leonor Scliar Cabral [Lattes] [lsc@th.com.br]

Graças à implementação da análise automática dos morfemas e do fatiamento automático das relações gramaticais, propiciada pelo Projecto CHILDES, com o qual vimos colaborando há anos, objetiva encontrar resultados mais precisos para o calculo do MLU, uma das medidas mais importantes em aquisição da linguagem tanto normal quanto desviada. Em adendo, procura equacionar problemas complicados na morfologia do sistema verbal do português, para fins de contagem das unidades, quais sejam, a cumulação das categorias pessoa/número/ tempo/ aspecto/ modo nos tempos primitivos (os mais usados e os primeiros a serem adquiridos) e as marcas morfológicas da metafonia verbal. Após a publicação de Princípios do Sistema Alfabético do Português do Brasil e do Guia Prático de Alfabetização, baseado nos Princípios do Sistema Alfabético do Português do Brasil, pela editora Contexto (São Paulo, 2003), foram atingidos os objetivos do projeto anterior, cuja continuidade urge garantir: trata-se agora de formar educadores de modo que estejam bem fundamentados sobre os princípios do sistema alfabético do português do Brasil, tanto em nível da descodificação quanto da codificação. Por outro lado, cumpre elaborar material pedagógico que aplique tais princípios, evitando-se as distorções dos textos matracas, das listas intermináveis para decoreba, das incoerências, dentre as quais a mais gritante é a de que o português tem cinco vogais orais.


Mailce Borges Mota [Lattes] [mailce@cce.ufsc.br]

Pesquisa sobre os aspectos cognitivos e neurocognitivos da aquisição e processamento do português brasileiro (PB) como primeira língua e língua adicional, no âmbito de dois projetos de pesquisa. O primeiro projeto está situado na Área de Concentraçao Psicolinguística, na Linha de Pesquisa Aquisição e Processamento da Linguagem, e tem como objetivo central o estudo dos substratos neurais da aquisição e processamento de aspectos morfossintáticos do PB como língua materna e/ou língua adicional por crianças, adultos jovens e adultos longevos. Este projeto inclui o estudo de desordens da linguagem, adquiridas ou do desenvolvimento, tais como a dislexia, alexia e afasias. Os desdobramentos desse projeto têm como foco a investigação (1)de efeitos de frequência na aquisição e processamento do passado regular e irregular em PB, (2)da aquisição e processamento da concordância de número e gênero em PG e (3)do papel dos sistemas de memória implícita e explícita na aquisição, processamento e desordens da linguagem. O segundo projeto, desenvolvido na Área de Concentração Teoria e Análise Linguística, na Linha de Pesquisa Linguística e Cognição, tem como objetivo o estudo do processamento de aspectos morfossintáticos do PB como língua materna e adicional, por adultos, a partir de um modelo neurocognitivo específico, o Modelo Declarativo/Procedimental (Ullman et al., 1997; Ullman, 2001a; 2001b; 2001c; 2004; 2005). Os desdobramentos desse projeto têm como foco a investigação das hipóteses desse modelo no que diz respeito ao léxico e à gramática mentais e ao papel das diferenças individuais como idade e sexo. Ambos os projetos são conduzidos através da análise de dados comportamentais e de potenciais evocados.


Marcos Antonio Rocha Baltar [Lattes] [marcos.baltar@ufsc.br]

Atua no campo do Letramento (s) e formação (inicial e continuada) de professores de língua materna. Seu projeto de pesquisa atual “Mídias & escola: letramentos e gêneros textuais” investiga o letramento midiático na escola, o ensino-aprendizagem de gêneros textuais/discursivos que emergem da produção de mídias nas/das escolas, bem como a implicação disso para a formação de agentes de letramento na escola.


Maria Inêz Probst Lucena [Lattes] [inez@ca.ufsc.br]

Investiga questões de ensino/ aprendizagem de Língua Estrangeira, em especial, práticas pedagógicas e elaboração didática relacionadas ao ensino/aprendizagem de línguas na Educação Básica. O projeto de pesquisa individual busca discutir e refletir sobre as práticas avaliativas na sala de aula de Língua Estrangeira através da abordagem metodológica qualitativa de cunho etnográfico. Esse estudo envolve um número de questões como concepções de linguagem e de ensino e condições sócio-históricas presentes no ensino/aprendizagem de línguas. Investiga também como que futuros professores de Língua Estrangeira agem como atores lingüísticos, aprendendo, modificando e redefinindo o uso da Língua Estrangeira em suas atuações sociais e culturais. Essas questões são abordadas em um projeto maior, interinstitucional, desenvolvido em conjunto com outros pesquisadores, entre a Universidade Aberta Benito Juárez, Oaxaca, Mexico, e a Universidade Federal de Santa Catarina.


Marianne Rossi Stumpf [Lattes] [marianne@ead.ufsc.br]

Pesquisa aplicada a Libras (Língua Brasileira de Sinais) aborda questões ligadas a ela particularmente as relacionadas ao texto e ao ensino: alfabetização e letramento, práticas pedagógicas,simplificação do sistema SignWriting, produção textual e da leitura, pesquisa e estudo da confecção de dicionários (monolíngues e bilíngues), objetos de ensino e aprendizagem nas aulas de língua, questão da elaboração didática para o ensino e aprendizagem, práticas pedagógicas, tecnologias/EaD/vídeos, corpus de transcrição.


Mary Elizabeth Cerutti-Rizzatti [Lattes] [maryeli@intercorp.com.br]

Atuação com enfoque na modalidade escrita da língua, em dois projetos de pesquisa no campo da Linguística Aplicada. O primeiro deles converge com a linha de pesquisa Ensino e aprendizagem de língua materna e tem como objeto a modalidade escrita da língua na ação didático-pedagógica em Língua Portuguesa na educação básica, dando especial destaque às escolas públicas. Os desdobramentos, em projetos continentes, focalizam concepções e metodologias no processo de alfabetização; formação do leitor e do produtor de texto na escola; análise linguística em favor da apropriação e do uso da língua escrita. O segundo projeto articula-se com a linha de pesquisa Linguagem: discurso, cultura escrita e tecnologia e tem como foco usos da modalidade  escrita da língua em diferentes microculturas e hibridização desses usos no que respeita à inserção em domínios grafocêntricos das sociedades contemporâneas. Os desdobramentos, em projetos continentes, focalizam práticas e eventos de letramento em comunidades escolares; práticas de leitura nas famílias; significados/implicações do uso e da apropriação da escrita no universo do a(na)lfabetismo adulto e demandas nos usos da escrita na formação profissional.


Núbia Saraiva Ferreira [Lattes] [nubiarech@uol.com.br]

Desenvolve a pesquisa Modais, um estudo sobre a interface sintaxe-semântica. O Português Brasileiro e o Wapichana – projeto financiado pelo CNPq (424025/2016-7), que visa a contribuir para uma melhor compreensão sobre a interface sintaxe e semântica dos modais nas línguas naturais. Há evidências de que a estrutura sintática desempenha um papel na interpretação do modal ? ver Cinque (1999, 2006), entre outros ?; do ponto de vista semântico, assume-se, desde Kratzer (1981), que os modais são monossêmicos, contrariamente ao que propõe Cinque. Nosso objetivo é, na esteira da proposta de Hacquard (2006, 2010), unificar a sintaxe e a semântica, tendo em vista a contribuição do predicado da sentença prejacent e/encaixada, da base modal e da fonte de ordenação. Fundamental para esse projeto é compreender o papel do tempo e do aspecto, tanto do modal quanto da sentença prejacente, para a definição da modalidade. Esse estudo tem como objeto de pesquisa duas línguas sem parentesco: o Wapichana (Aruak) e o Português Brasileiro (PB). Dentre os resultados, está prevista uma descrição mais detalhada dessas línguas. Já há alguma literatura sobre os modais no PB, mas nada sobre o Wapichana. Ao longo do projeto iremos coletar, de maneira controlada, dados sobre os modais e realizar experimentos que possam dar suporte para as hipóteses que serão aventadas. A hipótese central é que a definição da modalidade está atrelada ao predicado da encaixada, ao tempo/aspecto e à base modal.


Pedro de Souza [Lattes] [pedesou@gmail.com]

Tempo sui-referencial da voz no limiar das narratividades cinebiográficas – Vidas cantantes fora de discurso
Em mais uma etapa de um longo projeto que investiga a relação entre constituição enunciativa e discursiva   do sujeito e da voz, chego a resultados importantes a partir das análises realizadas em torno de um corpus de  documentários  fílmicos. Para meu interesse, delimito os que  narram  a  vida  de  cantores  e cantoras  no  domínio da  canção popular  brasileira. Tenho tratado de interrogar, mediante a análise dos procedimentos de composição discursiva do documentário cinebiográfico, o modo como uma confluência discursiva torna presente uma voz cantante garantindo a inscrição de sua escuta na historia da MPB.   Em nova temporada, o projeto agora visa a deter o que tenho deixado de lado. O objetivo é examinar como funciona um certo modo de inserir, na superfície textual fílmica, o testemunho em primeira pessoa que o cantor biografado presta sobre si mesmo. Precisamente, destaco, para análises ulteriores, falas retiradas em arquivo ou cenicamente reconstituídas para a composição da cinebiografia.  Nessas declarações autorreferenciais, pontuo que o sentido de sujeito cantante escapa ao que é dito acerca dele na relação com sua voz. A hipótese é de que o dizer de si do cantante pode não coincidir com o que o documentário discursivamente roterizado, segundo as regras que lhe são historicamente inerentes, intenta produzir e narrar. Sendo  assim, a pergunta é:  que processo  de subjetivação é este que indicia singularmente  a vida na voz e pode ser  capturável à maneira de errância na superfície  de narrativas fílmicas biográficas?

Rodrigo Acosta Pereira [Lattes] [drigo_acosta@yahoo.com.br]

Atua na área de Linguística Aplicada, em duas linhas de pesquisa – Linguagem: discurso, cultura escrita e tecnologia e Ensino e aprendizagem de língua materna e estrangeiras. Na 1ª linha, orienta pesquisas voltadas para o estudo dos gêneros do discurso em diferentes esferas da atividade humana.  Na 2ª linha, por sua vez, orienta pesquisas sobre ensino e aprendizagem de língua materna (leitura, escrita, escuta e análise linguística) no contexto da escola de Educação Básica.


Ronice Müller de Quadros [Lattes] [ronice@cce.ufsc.br] [Página de pesquisa]

A pesquisa que desenvolve intitula-se Desenvolvimento bilíngue e bimodal. A maioria das pesquisas conduzidas com crianças surdas que utilizam implantes cocleares (uma prótese auditiva realizada cirurgicamente em pessoas surdas) se concentrou no desenvolvimento da língua oral a partir do implante. Nenhuma investigação científica examinou ainda o desenvolvimento de uma língua de sinais e de uma língua oral enquanto dois sistemas numa criança bilíngüe implantada, comparando-as com a situação bilíngüe natural vivenciada, por exemplo, por filhos ouvintes de pais surdos. Por meio de dados de produção da criança coletados longitudinalmente, bem como de dados experimentais, esta pesquisa investiga justamente essa segunda possibilidade, questionando de que modo a exposição precoce à língua de sinais e à língua oral afetaria o desenvolvimento de cada modalidade na criança surda sinalizante usuária de implante coclear? O projeto está sendo realizado em parceria com as Prof. Dra. Diane Lillo-Martin, da University of Connecticut, e Prof. Deborah Chen-Pichler, da Gallaudet University e conta com financiamento do CNPq e da NIH.


Rosângela Hammes Rodrigues [Lattes] [hammes@cce.ufsc.br] [Página de pesquisa]

Atua na área de Linguística Aplicada, em duas linhas de pesquisa: Ensino e aprendizagem de língua materna e Linguagem: discurso, cultura escrita e tecnologia. As pesquisas que desenvolve, inseridas no grupo de pesquisa Núcleo de Estudos em Linguística Aplicada (NELA), recobrem essas duas linhas de pesquisa. Na linha de pesquisa Linguagem: discurso, cultura escrita e tecnologia, orienta pesquisas voltadas para o estudo dos gêneros do discurso, em especial os do jornalismo impresso, e para a temática das relações entre gêneros, discursos e subjetividade nos diversos domínios sociais, com ênfase para a esfera escolar. Na linha de pesquisa Ensino e aprendizagem de língua materna, orienta pesquisas sobre ensino e aprendizagem de língua materna, com destaque para: i) pesquisas-ação no campo da elaboração didática da leitura, da produção textual e da análise linguística: ii) pesquisas historiográficas sobre ensino e aprendizagem de leitura e produção textual nos livros didáticos e sobre a constituição da disciplina escolar Língua Portuguesa.


Rosângela Pedralli [Lattes] [rosangelapedralli@hotmail.com]

Mantenho, atualmente, dois projetos de pesquisa: Educação Linguística na perspectiva histórico-cultural: conhecimento e formação humana e A apropriação da escrita em processos de alfabetização: relações entre materialismo histórico-dialético, psicologia histórico-cultural e pedagogia histórico-crítica. Em linhas gerais, pesquiso Educação Linguística na Formação Humana pela Escola de Vigotski, numa ancoragem filosófica marxista, portanto. Há, em minha trajetória de pesquisa, alguma inclinação à alfabetização, sem, contudo, descurar da investigação sobre a apropriação e o ensino de Língua Portuguesa ao longo de todo o percurso formativo, incluindo o Ensino Superior. Sou vice-líder do Grupo de Estudos Cultura Escrita e Escolarização (CNPq/UFSC), vinculado ao NELA (UFSC) – Núcleo de Estudos em Linguística Aplicada –, e faço parte do Grupo de Estudos e Pesquisas Escola de Vigotski – GEPEVI.


Rosely Perez Xavier [Lattes] [rosely@ced.ufsc.br]

Desenvolve pesquisas em ensino e aprendizagem de língua estrangeira em contextos educacionais diversos. Seu projeto atual investiga a prática de um mesmo tipo de tarefa de compreensão (escrita e oral) na aprendizagem de alunos de escola básica e o efeito de diferentes sequências didáticas no desempenho desses aprendizes. Trabalha ainda em projetos que investigam o uso de estratégias implícitas e explícitas para examinar o seu potencial na aquisição de diferentes estruturas da língua estrangeira. A área de formação e práticas docentes também se inscreve nas pesquisas da professora, que estuda a aprendizagem de conhecimento pedagógico em contexto de formação inicial de professores.


Sandra Quarezemin [Lattes] [quarezeminsandra@gmail.com]

Atua na área da Teoria e Análise Linguística, especificamente no campo da Sintaxe Gerativa. Desenvolve o projeto “A periferia esquerda da sentença no Português Brasileiro” que estuda a estrutura sintática das sentenças que têm a área periférica ativada. A partir dos anos 80, muitos trabalhos vêm mostrando que os sintagmas e as sentenças têm uma estrutura interna bem articulada. O projeto visa a investigação da estrutura das sentenças que têm a periferia esquerda ativada e a descrição dos fenômenos sintático-discursivos relacionados a tais estruturas. O enfoque do projeto é o encaixamento sentencial (que envolve as sentenças interrogativas-Wh, relativas, completivas), as sentenças clivadas e pseudoclivadas, bem como as sentenças com foco e tópico. O projeto está assentado na abordagem cartográfica que trata da estrutura hierárquica dos constituintes sintáticos de forma detalhada e sistemática, identificando representações complexas com posições dedicadas a diferentes interpretações (cf. Cinque, 1999, 2002; Rizzi, 1997, 2004; Belletti, 2001, 2004; MIOTO, 2001).


Sandro Braga [Lattes] [sandrocombraga@gmail.com]

Laboratório de Escrita Acadêmica e Leituras – LABEAL – O projeto de implantação do Laboratório de Escrita Acadêmica e Leituras na Universidade Federal de Santa Catarina insere-se na grande área de interesse de Letras, mais especificamente, na área da Linguística Aplicada, com a proposta de fomentar o ensino, a pesquisa e a extensão em processos de leitura e produção textual por meio de práticas e eventos de letramento que envolvam os gêneros textuais/discursivos. A ideia é de que o laboratório sirva de espaço em que o texto escrito possa estar submetido ao constante processo de reflexão tanto no que tange à leitura como à escrita e à reescrita. Assim, a proposta do laboratório não está pautada em instituir, apenas, um lugar físico para ler e escrever, mas, sobretudo, em consolidar um ambiente para se pensar nesses processos. O projeto não objetiva a produção de um “receituário” para se aprender (e ensinar) a ler e escrever, e sim dirigir as experiências de leitura e escrita visando à compreensão das condições de produção materiais e ideológicas que envolvem professor e aluno na formulação e aquisição de conhecimento a partir de práticas de leitura/escritura. Mais especificamente, visa diagnosticar as resultantes desses processos de tal modo que seja possível formular comparações das habilidades de leitura e de escrita dos estudantes, dentro no âmbito do ensino e aprendizagem de Língua Portuguesa no quadro da Linguística Aplicada, a fim de que possam ser (re)criadas outras possibilidades para essas práticas. Uma das principais queixas de professores no ambiente acadêmico diz respeito à dificuldade que os discentes têm no que concerne à atividade de escrita, muitas vezes relacionada à dificuldade de interpretação da leitura. No entanto, as pesquisas no âmbito dos Novos Estudos do Letramento têm apontado que o problema de fato consiste na falta de conhecimento dos estudantes sobre o modo de funcionamento dos gêneros que circulam na esfera acadêmica, que pode gerar conflitos entre o esperado e o praticado na elaboração desses textos. Aliada a essa questão tem-se, ainda, outras de ordem do domínio da variação das modalidades da língua oral e escrita, ou seja, o distanciamento entre a variante da modalidade falada – sob um viés coloquial – para aquela da norma culta da escrita desejada nos gêneros textuais/discursivos acadêmicos. Assim, a proposta de se voltar para os gêneros textuais discursivos no ambiente da universidade reside na observância da autonomia que as línguas vivas possuem e que, antagonicamente, agem sobre suas próprias regras constitutivas. É por isso que se tem defendido que o lugar da língua não é, ao menos não é apenas, o dos manuais normativos. Nesse sentido, os textos que emergem na esfera da universidade possuem função específica de interação social historicamente marcada e situada no que concerne à construção e à divulgação de conhecimento. De acordo com esse pressuposto, cabe à questão uma série de investigações no campo da Linguística Aplicada. Assim, essa proposta prevê também, tendo como ponto de partida os entraves na consolidação de uma sistematização de leitura consistente, a elaboração de alternativas de orientação de leitura que possam fazer emergir sentidos à escrita acadêmica. A ideia é de despertar o texto do outro – daquele que se está lendo (do autor) – como motivação para se pensar a construção do próprio texto do aluno (como autor). Justifica-se a relevância deste projeto uma vez que se sabe que a leitura e a escrita não devem ser encaradas como (de)codificação de letras, em vista disso a formação em leitura e produção textual deve habilitar o aprendiz a ser capaz de se posicionar criticamente frente ao texto e perceber que os efeitos de sentido são múltiplos. Além disso, a escrita faz uso de uma linguagem que predomina em esferas especializadas de comunicação humana, lugares de confronto de relações, de força e poder; aquele que não domina esse instrumento fica à margem, e, por conseguinte, aumenta os índices de exclusão social. Assim, o projeto além de propor de forma pragmática trabalhar os aspectos materiais de construção do texto, contribui para a promoção de cidadania.


 Valter Pereira Romano  [Lattes] [valter.pereira.romano@gmail.com]

Atua na área de Sociolinguística e Dialetologia com pesquisa de análise e descrição do Português Brasileiro em diferentes níveis: fonético-fonológico, morfossintático e semântico-lexical, sob aporte teórico-metodológico da Dialetologia Pluridimensional. Suas pesquisas centram-se no âmbito das atividades do Projeto Atlas Linguístico do Brasil – ALiB, projeto de pesquisa interinstitucional do qual é um dos diretores científicos (Regional Sul). Na UFSC, coordena o “Projeto Atlas Linguístico do Brasil: Análises de dados e cartografia linguística” no tange aos estudos prévios com corpus inédito do banco de dados do ALiB com vistas a contribuir para a elaboração do atlas nacional. Entre os objetivos  específicos do seu projeto, citam-se: (i) concluir as transcrições e revisões de 16 entrevistas do corpus do ALiB relativamente ao Rio Grande do Sul; (ii) consolidar o banco de dados sobre o português falado nos dois estados mais meridionais do Brasil com vistas a subsidiar estudos dialetológicos e sociolinguísticos; iii) estimular e orientar a participação de estudantes de graduação e pós-graduação e outros interessados na realização de pesquisas dialetológicas e geolinguísticas relativamente ao português do Sul do Brasil e de outras regiões recobertas pelo ALiB; (iv) apresentar trabalhos em congressos e publicar os resultados em livros, capítulos de livros, artigos; (v) contribuir com dados e estudos diversos para a elaboração do Atlas Linguístico do Brasil – ALiB. O projeto envolve as seguintes atividades: a) transcrição de entrevistas; b) revisão de transcrições; c) remessa de cópias dos áudios e de transcrições para a coordenação geral na UFBA; d) realização de estudos fonético-fonológicos, morfossintáticos e semântico-lexicais; e) orientações de IC, mestrado e doutorado; f) comunicações em congressos e similares; g) reuniões semanais com a equipe; h) cartografia linguística experimental; i) publicação dos resultados, entre outras.